Cozinha

Cheguei á cozinha, nao estava com muita fome, por isso só pus leite a aquecer.
Peguei em açucar e misturei. Soprei para que o leite arrefece-se mais depressa.
Bebi um pouco.

-Quente...

Disse, deitando a lingua de fora queimada pelo leite quente. Suspirei, ainda me
faltava fazer o almoço, mas seria algo rapido.

Cheguei atrás dela.
Agarrei na maçaneta da porta.

-Esqueci-me de te dizer uma coisa.

Eu não apreciava comida humana mas honestamente espero mesmo que ela saiba cozinhar bem.

-Tens de cozinhar para a minha mãe...

Fiquei a olhar para ele, só me arranjar trabalho. Suspirei, bebi um pouco mais de
leite.

-Ok, tenho de ver o que vou fazer.

Disse, bebendo depois mais um pouco de leite. Depois lambi os meus labios e voltei
a olhar para ele.

-A tua mãe é japonesa?!

Fui ao armário e tirei uma caixa de Pocky.
Abri-a e sentei-me a comer.

-Haii.. É Japonesa.

Continuei a comer.

-Mas faz uma comida que não seja japonesa para a impressionar.

Olhei para ele, comida nao Japonesa. Talvez se fizer uma comida francesa ou inglesa...

-Eu vou ver o que posso fazer, talvez faça um prato Francês...

Aproximei-me dele e tirei um pauzinho de pocky. Levei-o á boca e trinquei, pousei
a caneca no lava-loiças e pus o resto do pocky á boca. Ficando um pouco de fora,
liguei a torneira e começei a lavar a caneca. Assim que terminei, limpei-a e coloquei-a
no sitio. Comi o resto do pocky.

-Importaste que nos de-mos as maos, tipo quando os teus pais estiverem cá...

Sentei-me á sua frente, pus os braços sobre a mesa e entrelaçei os dedos.

-Temos de pensar em coisas, gestos que teremos de fazer...

Eu nem imaginava o que a França poderia ser.

-Faz o que tu quiseres.

Ouvi falar dos gestos.

-Gestos... Como assim gestos?

Olhei para ele, deixei cair a cabeça sobre a mesa. Ele é um caso perdido.

-Amostra de afecto, como dar as maos, fazer festas no cabelo, beijar...

Pus os meus braços debaixo da minha cabeça. Escondi entre eles, eu estava a
começar a corar por falar nisto.

-Senao os teus pais podem desconfiar se nao mostramos afecto um pelo outro...
E tambem, pode ser que eu começe a nutrir mais sentimentos, do que amizade, por
ti...

Bati com a mão da mesa.
Levantei-me e fui em direcção à porta.
Sem olhar para trás disse.

-Pára com isso! Eu não preciso de favores teus!

Sai da cozinha.
Passado alguns segundos voltei.

-Só vim para aqui para garantir que nenhum vampiro venha.

Encostei-me à parede olhando pela janela.

-Nao estou a fazer-te favores!

Gritei, levantando-me bruscamente, a cadeira caiu. Olhei para ele seriamente.

-Ao contrario do que pensas, eu estou a fazer isto porque quero ficar aqui! Contigo!
Sei lá porque, tambem não por medo de vampiros! Apenas sei que se eu me for
embora vais ficar de novo sozinho! E sei que é doloroso para ti!

Desviei o meu olhar para ela.

-Exacto.. Não me estás a fazer favores mas eu detesto que tenham pena de mim.

Abri a janela e sentei-me virado na obreira virado lá para fora.

-Os meus pais ainda não chegaram... Quando chegarem podes começar a fingir!

-Pesso...! Vampiro irritante!!

Disse, agarrando na cadeira e pondo-a no sitio. Dei meia volta e virei-me para o
balcão. Começando a preparar as coisas para o almoço.

-Uma pessoa de boa vontade aqui e vens tu com as tuas frasezinhas e estragas
tudo! És irritante, frio e sem sentimentos!

Disse, sem reparar que o estava a dizer. Começei a cortar o peixe, iria fazer um
pouco de peixe grelhado e batatas cozidas.

Ela e aqueles "eu quero apaixonar-me por ti" enervavam-me mesmo... Não preciso que ninguém me faça favores...
Ela estava a fazer tudo aquilo por pena...
Teria sido melhor se eu não tivesse dito nada.
Olhei para ela de lado.

-Infantil!

Disse entre dentes.

Ouvi-o a chamar-me de novo infantil, pousei a faca e limpei as maos ao avental,
que tinha vestido minutos atras. Aproximei-me silenciosamente dele, ele estava
a olhar lá para fora. Agarrei na sua camisola e puxei-o para trás, beijei-o.

-Nao me voltes a chamar infantil...

Dei meia-volta e voltei ao meu sitio. Peguei de novo na faca e baixei a cabeça para
ele nao reparar que eu estava corada.

-Pessoas infantis nao fazem o que eu acabei de fazer...

Começei a descascar batatas, tentando focar-me para nao me cortar. O meu coração
estava aos pulos e a minha face fortemente corada.

Senti-a puxar-me e beijar-me.
Virei-me e corei um pouco.
No passado a Jun tinha feito algo do género.
Virei-me para dentro de casa ficando a olhar para as suas costas.

-Anno... Sarah... Ontem disse-te tudo o que eu sinto... ou pelo menos senti-a por ti... E tu... O que achas de mim?

Entrei para de casa.

-Quero dizer.. Psicologicamente descreve-me...

Ouvi a sua pergunta, nao desviei o olhar das batatas que descascava. Respirei
fundo.

-Consegues ser cruel e frio, magoando-me imenso. Mas há momentos em que és
doce, te preocupas e me defendes...

Pousei a batata que acabara de descascar e a faca. Limpei as maos á toalha, fechei
os olhos e depois abri-os. Olhei para ele.

-E tambem consegues ser fofo e és bastante giro...-///-

Revirei os olhos.

-Nada que nunca ninguém me tenha dito....

Olhei para as horas.

-Tu hoje não almoças...?

Pus a mao na cabeça, ele tambem conseguia ser convencido. Ouvi a sua pergunta.

-Nao vou fazer como tu, alimentar-me só de sangue...

Depois peguei num panela e meti agua e sala, liguei o disco e esperei que a agua
ferver-se. Depois peguei numa frigideira e pus oleo.

-Peixinho gre-lha-do! :3

Pus as batatas a cozer e o peixe a grelhar. Assim que tudo ficou feito, sentei-me.

-Itadakimasu! *o*

Levantei-me e esfreguei os olhos.
Pestanejei varias vezes.

-Ainda me doem as costas...

Fechei a janela.

-A culpa é tua...

Disse apontando na sua direcção.

Olhei para ele, semi-cerrei os olhos. Depois desviei o olhar, peguei num pouco de
peixe com os hashis.

-Eu disse-te, se quisesses podias dormir na minha cama...tu dizeste que nao...

Levei o peixei á boca, depois batatas e assim por ai adiante. Até acabar.

-A culpa tambem é tua em parte, mas queres que faça uma massagem?

Disse, levantando e pegando nos talheres e no prato.

Abanei a cabeça e olhei para ela de lado.

-Ainda te dava um ataque daqueles "eu não sou infantil"...

Revirei os olhos.
As minhas costas doíam-me mesmo.

-Massagem... nem ia saber nada mal... Se tiveres jeito... Mas sim... Eu até aceito...

Olhei para ele, a mandar indirectas. A dizer que eu sou pervertida.

-Para tua informação, o beijo que recebestes foi o meu primeiro...

Suspirei, lavei a loiça e fiz o mesmo ritual de sempre. Olhei para ele, queria uma
massagem.

-Escolhe o sitio? Quarto, sala...eu faço-ta...

Ri-me sarcasticamente.

-O teu primeiro? Ohh... Coitadinha..

Parei de rir ao ouvir a sua pergunta.

-Onde quiseres... Quer dizer, onde quiseres querida...

Ri-me novamente.

Uau, ele gozou comigo. Abanei a cabeça e pus as maos na cinta, apetecia-me
pontapea-lo. Mas coitado está com dores nas costas.

-Para o quarto, dá mais jeito...-.-"

Disse, tirando o avental e saindo da cozinha.

Levantei-me atrás dela.
Estiquei as costas. Elas estalaram.

-Isto está mesmo mau.

Sai atrás dela.

Cheguei á cozinha, pus o avental e amarrei o cabelo com uma fita. Começei a por
os tachos ao lume e a preparar os ingredientes.

-Let's go work!!

Disse, determinada. Iria fazer o melhor jantar que alguma vez a Kaori-sama tivesse
provado. Olhei para o livro de receitas, tinha de seguir á risca...ou não...

-Acho que vou alterar um pouco, acho que ficará melhor se for como eu fizer...

Concentrei-me em cozinhar e tentei tirar dos meus pensamentos a Jun e o Kento.
Terminei, uma 1 hora e meia depois. Tirei o frango do forno e pus a mesa, para duas
pessoas.

-Vou chama-los...