Cozinha

Virei-me assim que ouvi alguem falar. Sorri.

-Arigatou...

Disse, corando ligeiramente.

Respirei fundo.

-Olha Sarah... porque é que desconfias da Jen...?

perguntei num tom directo.

Olhei para ele, ele era muito directo nestas coisas. Respirei fundo e depois suspirei.

-Chama-se intuição...e a sua saida subita aqui de casa, o Hiro...e tudo mais, faz-me
chegar a essa conclusão...

Olhei-o nos olhos.

-Eu sou estranha! Não ligues! Ok, admito, são ciumes...

O meu pai riu. Olhei para ele.

-o que foi...

Ele não disse mais nada... limitou-se a abanar a cabeça... Mas ele sabia a verdade... Estaria a rir de mim por não acreditar, ou a rir dela pela teoria...

-Tu sabes... Mas não me queres dizer...

Ele saiu da cozinha.

-É por isto que eu gosto tanto do teu pai!

Bebi mais um pouco de leite e sentei-me sobre a bancada. Eu tinha de avisar o Shoji.
Torci o nariz, encolhi os ombros e voltei a beber um pouco mais de leite. Respirei
fundo.

-Amanhã tenho escola...

Olhei para o Kento, pisquei os olhos. Desci da bancada e pus a caneca na maquina.
Estava a tentar desvia-lo do assunto e da minha teoria.

A minha mãe olhou para o relógio.

-Sim... Eu e o Sho também vamos embora...

Franzi um sobrolho.

-Já?

Ela riu.

-Vamos de Férias!

Ri-me também.

-E dai pararem aqui...

Ela sorriu. Pediu-me para mandar um beijinho à Yue e ao Takara.

-Está bem!

Despediu-se de nós e saiu.

-E é isto...

Eles sairam tão depressa como entraram. Balancei-me.

-Bom...sozinhos de novo...

Começei a andar.

-Não tens sede pois não? Nem outros pensamentos? Senão tiveres eu vou acabar
o que tenho a fazer!

Balancei-me na cadeira... não... Não tenho sede e não entendi bem o que ela quer dizer com outros pensamentos... Quer dizer... Entendi mas não qiero processar.

-Não podes ir...

Eu tinha ficado a pensar.... teria ela razão... em relação à Jen ou era só imaginação?

Cheguei á entrada da cozinha e abri a porta que dava acesso ao jardim. O Kento
ainda ali estava. Respirei fundo.

-Olá outra vez!

Disse, pousando as pautas sobre o balcão e esticando-me para chegar a um copo
que estava na prateleira de cima. Mas não estava lá a chegar, estiquei-me um pouco
mais, mas mesmo assim não lhe chegava...

- -3- Assim não dá...tenho sede...

Olhei para ela e ri. Estiquei-me e agarrei um copo... Aproximei-me dela esticando o braço para que ela não alcança-se o copo.
Aproximei-me do sue ouvido.

-Dás-me um bocado do teu sangue e eu dou-te o copo...

O Kento pegou no copo, mas depois aproximou-se do meu ouvindo. Pedindo que lhe
desse sangue. Aquilo fez-me arrepiar, pois sentia a sua respiração perto da minha
orelha.

Engoli em seco, senti o rosto a ficar corado. Fechei os olhos.

-Haii...

Disse, agarrando a beira do balcão.

Ela tinha ficado nervosa... Eu não ia aguentar muito mais tempo... Aproximei-me dela... Lambi o seu pescoço... Eu não me ia conseguir conter.
Comecei a rir-me e afastei-me logo dela.

-Eu gosto tanto quando tu ficas nervosa...

Limpei as lágrimas de tanto rir.

-Não fiques assim... pensava que já estavas habituada... Eu estava a brincar contigo...

Aproximei-me dela.

-Posso morder?

Olhei para ele, estava nervosa por causa de não pensar numa certa coisa. Respirei
fundo. Aproximei-me dele agarrando a sua camisola, levantei a cabeça olhando para
ele.

-Off course...I'm yours...

Disse, sorrindo. Inclinei um pouco a cabeça para que ele pudesse ter um melhor acesso
ao meu pescoço. Ele devia de estar com cedo, visto que gastou energia ao...acabar
com a minha mãe.

Aproximei-me dela e mordi, devagar para reduzir a dor, o seu pescoço...
Assim que me senti satisfeito afastei-me dela e sorri.
Limpei a boca com a palma da mão.

-Arigatô Sarah...

Cocei a testa e dei-lhe o copo.

-Não queres pensar no Hiro? Eu detesto que vocês pensem nessas coisas! Depois nunca consigo perceber do que é que vocês não querem pensar!

-Não tens de que...

Peguei no copo e enchi um pouco de agua, bebendo. Ouvi a sua pergunta, pousei
o copo sobre o balcão e sentei-me em cima dele. Olhei para ele, mas depois baixei
a cabeça.

-Não, não é o Hiro...eu não me vou preocupar muito com ele...quer dizer, preocupo-me...porque...

Aproximei-me dele, pondo as minhas mãos na sua cara. Pus-me de bicos de pés,
beijando os seus labios.

-Estás em perigo...e eu detesto isso...

Ri-me um pouco e abracei-a.

-Eu não te vou questionar porque confio em ti...

Beijei a sua testa. Ouviu-se a campainha.

-Vou abrir...

Assim que ele se foi, cerrei o punho. Suspirei de alivio, pus as mãos sobre a bancada.

-Aff, está a ver que ia descobrir sobre a musica!

Assim que me recompus, segui atrás dele, para ver quem nos visitava.